Uma luz para a liberdade - Detentos pedalam em bicicletas geradoras de energia elétrica e reduzem suas penas

    Não é novidade que o Brasil, ao tratar-se do sistema carcerário, encontra-se em extrema perplexidade onde, de um lado, há crescimento significativo da violência e o apelo pela intensificação da pena, enquanto de outro, há super lotação e precariedade.
   Segundo dados do IBGE, em 2009 foram registrados mais de 469 mil detentos nas prisões do país, enquanto o sistema apresentava um déficit de 170 mil vagas, o que mostra de forma expressiva o problema da super lotação.
    Vários fatores contribuíram para que o caos fosse estabelecido nas prisões, os principais se referem ao abandono, falta de investimento e descaso do poder público ao longo dos anos. O que preocupa é o fato de que a prisão, que tinha como ideia inicial ser um instrumento substituivo da pena de morte, torturas públicas e cruéis, a fim de “recuperar” o preso para a sociedade, acaba tornando-se uma escola para o aperfeiçoamento criminal, além de ser caracterizada por um ambiente degradante e horroroso. 
    Com a intenção de mudar a situação, o juiz José Henrique Mallmann, inspirando em iniciativas internacionais, implantou no pátio do presídio de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, quatro bicicletas que convertem energia cinética em energia elétrica para os moradores da cidade.
   Batizado como “Uma luz para a liberdade” o projeto tem como objetivo, incentivar os presidiários a trabalharem em busca a liberdade. A cada 16 horas que passam em cima das bicicletas, 24 horas a menos terão de passar dentro do presídio.
    A energia gerada é armazenada em uma bateria e usada todas as noites para iluminar uma das principais praças da cidade. Assim que há energia suficiente acumulada, um aparelho instalado no guidão das bicicletas indica que é hora de parar, suspendendo o trabalho até o dia seguinte.
   Um dia inteiro de pedaladas corresponde a energia para acender seis lâmpadas, mas assim que o presídio tiver dez bicicletas funcionando, acredita-se que haverá carga o suficiente pra iluminar toda a avenida.
  “Eu estava barrigudinho, emagreci uns quatro quilos” Disse um dos detentos. Segundo o diretor do presídio, Gilson Silva, os presidiários se sentem úteis pedalando, ganhando remissão e produzindo energia sustentável.
   Não é de um dia para o outro que grandes mudanças e melhorias serão efetuadas, mas, se projetos como esses, fossem levados adiante e adotados por diversos outros presídios, com certeza a situação não continuaria exatamente a mesma. 

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